olá pessoal,
sou famosa (na minha cabeça) por desistir facilmente. o que eu já abandonei na vida?
trompete, basquete, corrida
carreiras como professora, bibliotecária, gerente, funcionária clt
meu primeiro casamento (graças à deusa)
vários esportes, blogs, dietas, planos financeiros, cursos e amizades
em maio desse ano eu iniciei uma série baseado no que eu aprendi em 44 anos de vida. cheguei até número 23. (44 a 34 aqui e 33 a 23 aqui). eu estava determinada publicar a lista em 4 semanas. como prova que sou capaz de terminar o que eu início e para compartilhar algumas lições (eu acho) valiosas de vida.
sem surpresa, parei no meio.
mas também sou famosa por repensar, experimentar, evoluir, mudar e continuar. por exemplo?
carreiras: comecei como professora do ensino médio e daí fui bibliotecária, educadora socioeducativa, gerente, oficineira, escritora, artista
locais geográficos: já morei em 2 países (os EUA e Brasil), 20 cidades (SP, Kalamazoo/Mi, Princeton/Nj, Houston/Tx, Ann Arbor/Mi, Doylestown/Pa, Northville/Mi, Miami/Fl, Lansing e E.Lansing/Mi, Corona/Ca, Anaheim/Ca, Irvine/Ca, Santa Ana/Ca, Washington/DC, Allston/Ma, Dorchester/Ma, Jamaica Plain/Ma, Nyc/Ny, Maryknoll/Ny), e 30 casas/apartamentos
rejeições: desde fevereiro 2023, 5 contos meus tem sido rejeitados 25+ vezes. 2 essa semana. não desisto. continuo aprendendo como escritora e enfrentando a dor de rejeição e nisso consegui publicar 3
terapia: já fiz terapia cognitivo comportamental, constelação familiar, psicanálise, somática, etc
eaí? o que importa é que cada dia entendo melhor quando vale a pena desistir (muitas vezes vale a pena!) e quando vale a pena continuar (muitas vezes vale a pena!)
tenho coisas para compartilhar. se vc quiser ler o que uma mulher enrugada, sem compromisso e cheia de experiências parciais na vida tem a dizer, vc está no lugar certo ;)
é isso aí….
escutar seu corpo. isso é inconveniente demais maaaas melhor escutar enquanto seu corpo está sussurando do que quando está gritando. em 2011, fui atropelada na faixa de pedestre (motorista no celular, n.26) e torci meu tornozelo. faz anooos que doí mas só fiz a ressonância esse ano e descobri que a cartilagem morreu. agora não tem volta.
substituir auto crítica por auto compaixão. de vdd. pensar sobre vc mesmo/a de uma forma cruel ou violenta não muda nada, não te ajuda. seja gentil consigo pq poucos outros vão ser.
20. matar seu ídolos (metaforicamente). não há salvadores e não tem pessoas perfeitas (n.8). simplesmente não existem seres iluminados. pessoal, o dalai lama pediu para uma criança chupar sua língua. pelo amor. humanos são complexos e imperfeitos, vamos aceitar isso tá?
ler. livros ou artigos por inteiro. perder a capacidade de ler sem interrupção tem um custo intelectual e de raciocinio. 5-10-15 minutos por dia—vc e um texto. só isso. seu cerebro vai te agradecer.
não existe soluções perfeitas/exatas. pq NINGUÉM me ensinou isso? demorei 20 anos a aceitar que a maioria dos meus problemas (99,9%) não têm soluções boas. tem soluções parciais e limitadas e isso não é minha “culpa". é a garantia de uma sociedade capitalista. só isso.
emoções são válidas, valiosas e não são a verdade. outro dia minha filha desceu do ônibus correndo. ela disse que não sentiu confortável com um cara que tava na porta do ônibus. eu falei que é importante confiar em nosso instinto, mas isso não quer dizer que ele era uma pessoa má. acho importante respeitar nossas emoções. emoções são informação tão importante quanto um exame de sangue. mas não são a verdade absoluta. muitas pessoas olham para meu marido (um homem negro) e sentem medo. esse medo se chama racismo. quero que essas pessoas olhem para o que esse medo está dizendo—que elas são racistas e precisam rever seus preconceitos. não com culpa mas sim com coragem. o mundo seria um lugar melhor se a gente levasse nossas emoções a sério sem projetá-las em outros.
escrever cartas. pesssoooooaaaallll. acredito muito no poder de carta. mando mil msgs para minha melhor amiga nos eua quase todos os dias e metade de nossas falas são perdidas na quantidade de comunicação. cartas são tecnicamente obsoletas e inconvenientes (mas ainda com os correios que temos) mas emocionalmente profundas e incríveis. dou oficina de cartas de amor. escrevo cartas. leio cartas. quando quero expressar raiva ou amor, escrevo uma carta pro meu marido. tenho uma amizade de 25 anos que eu comecei questionar esse ano e mandei uma carta para a amiga para sintetizar meus sentimentos. tempo + intenção + contemplação + escrita à mão = carta/impacto real.
nos não somos nossos pensamentos. isso é semelhante a n.17 mas com um vies um pouquinho diferente. desenvolvi toc com 31 anos. foi a primeira vez na minha vida que questionei minha mente. até então, levei todos meus pensamentos 100% a sério. mas o fato que eu levei meus pensamentos de toc a sério triplicou meu sofrimento. agora não. agora eu sei que penso coisas que não refletem o que eu sou. use suas emoções e seus pensamentos como informação, não como uma realidade infalível.
feedback é um convite. já recebi feedback que sou uma escritora básica demais. que sou uma escritora incrível. uma amiga leal. uma amiga horrível. uma mulher bonita. uma mulher feia. feedback não é fato. não é condenação. não é obrigação. é uma opinião. as vezes essencial. as vezes não. vc decide.
ser chamado/a de: racista, sexista, transfóbico/a, gordofóbico/a, etc não é o fim do mundo. não é um ataque. pode ser fato. ou não. mas provavelmente sim. é tudo bem. vai sobreviver. é sua escolha se vc vai usar o feedback e refletir, pensar e agir diferente.
linguagem importa. diga “morreu de suicídio.” use os pronomes da pessoa. elimine terminologia racista/preconceituosa do seu vocabulário. abandone a banalização da existência do outro—não é mimimi, não é seu toc (se vc não tem toc), não é abnormal. o que vc não entende diz mais sobre vc do que a outra pessoa. seja humilde com sua ignorância e use sua linguagem com cuidado.
falo tudo isso de experiência própria. tem algo que vc já faz ou aprendeu na lista? quais lições de vida vc já acumulou até agora?
até a próxima (a semana que vem?!?!)
bjs,
m